Palestra aborda benefícios da cirurgia robótica na cura do câncer de próstata
O protagonismo da cirurgia
robótica na cura do câncer de próstata, aliado às campanhas de conscientização
quanto ao diagnóstico precoce da doença, foi tema da palestra do Major PM Ricardo
Ferro, mestre e doutor em Urologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e
titular da Associação Americana de Urologia (AUA).
Realizada na manhã desta terça-feira, 5, na sala de reuniões da presidência da Assembleia Legislativa do Tocantins, a palestra fez parte da agenda de eventos da Casa, iniciada às oito horas com a celebração de missa para promover a campanha Novembro Azul.
A abertura do evento ficou por conta do presidente da Casa, o deputado Antonio Andrade (PTB), que alertou aos homens sobre a busca de atendimento médico o mais cedo possível, com vistas a prevenir maiores complicações em caso de diagnóstico positivo.
“É importante fazermos a prevenção e, especialmente, não termos medo de enfrentar os exames. Sabemos que a conscientização é o primeiro passo, buscando informações ou participando de palestras esclarecedoras como esta do Dr. Ricardo Ferro, que gentilmente veio contribuir com nossa campanha do Novembro Azul”, alertou o presidente.
Segundo o especialista, o procedimento robótico é um tipo de cirurgia laparoscópica, feita com pequenos orifícios, em geral na barriga. Os movimentos são realizados pelos braços do robô, que ficam sobre o paciente, enquanto o cirurgião os controla.
“Essa técnica foi desenvolvida para realizar cirurgias cada vez mais complexas de forma menos agressiva possível”, esclareceu o urologista. Entre as vantagens, destacam-se a precisão dos movimentos, a redução dos cortes, a diminuição da perda de sangue, do tempo de recuperação e mais rápida cicatrização.
Conforme o especialista, depois do câncer de pele, o de próstata é o mais diagnosticado no sexo masculino. Por meio da campanha, milhares de vidas vêm sendo salvas, principalmente pelo diagnóstico precoce, responsável por até 90% de cura. De acordo com as estatísticas, só neste ano (2019) são estimados 70 mil novos casos de câncer de próstata.
A palestra contou também com o depoimento do jornalista aposentado Belmiro Gregório, que recebeu o diagnóstico há dez anos. Nesse período, passou por cirurgias tradicionais, tratamento de quimioterapia e cirurgia robótica, feita pelo Dr. Ricardo Ferro.
“O procedimento foi um divisor de águas no tratamento. Desde então, minha família e eu fizemos o compromisso de divulgar o uso dessa tecnologia, que tem salvado muitas vidas”, declarou o jornalista.
De acordo com os dados, existem cerca de 50 robôs habilitados para esse tipo de cirurgia em todas as regiões do país.
No entanto, a única desvantagem da cirurgia robótica é o custo, que deve ser reduzido com a chegada de novas máquinas e pela concorrência, já que até este ano esse tipo de robô está sendo produzido por uma única empresa.
Perfil
Ricardo Ferro nasceu em Palmeira dos Índios, Alagoas. Após formar-se em Medicina, foi aprovado no Concurso de Residência Médica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lá cursou Cirurgia Geral, Cirurgia Vídeo Laparoscópica e Urologia.
Em 2007, tornou-se Mestre em Cirurgia pela Faculdade de Medicina da UFMG. No ano seguinte, foi aprovado para o Doutorado na mesma instituição. Em 2009, foi aprovado em primeiro lugar para a única vaga de urologista da Polícia Militar do Distrito Federal, onde hoje exerce o cargo de Major Médico e Chefe da Clínica de Urologia do Centro Médico.
Após vários cursos e treinamentos, incluindo o Global Robotics Institute (Prof. Vipul Patel) no Florida Hospital, tem se dedicado à Cirurgia Robótica em Urologia.