Sessão solene homenageia Dia da Consciência Negra

Por Glauber Barros-AL
24/11/2015 15h21 - Publicado há 8 anos
Integrantes da Consciência Negra reivindicam demarcação de terras
Integrantes da Consciência Negra reivindicam demarcação de terras
Benhur de Souza / HD / Mais imagens

O Dia da Consciência Negra foi tema da sessão solene da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira, dia 19. Realizada a pedido do deputado Ricardo Ayres (PSB), a sessão contou com a presença de parlamentares, autoridades e militantes. Além de apresentações artísticas afins ao tema, foram homenageados ativistas como José Iramar, pioneiro do movimento negro no norte goiano desde os anos 80, falecido em 2012. A secretária da Defesa Social, Gleidy Braga, representou o governador Marcelo Miranda (PMDB).

Nos pronunciamentos, pouca comemoração e muitas cobranças. Maria José Cotrim, do Instituto Crespas, explicou que a intenção de seu grupo não é fazer um movimento estético, mas trabalhar por autoafirmação e contra estereótipos. Já Ana Claudia Mumbuca, coordenadora Quilombola, cobrou a regularização das terras da comunidade ao Itertins.

A substituição do termo “autos de resistência” para os casos de morte causada por intervenção policial violenta foi um dos pedidos do secretário do Coletivo Nacional da Juventude Negra, Cristian Ribas. Para ele, a mudança obrigaria as autoridades a investigarem casos de abuso de poder.

Já o secretário de Igualdade Racial de Palmas, Nélio Lopes, informou que tramitam na Câmara Municipal propostas de criação do Fundo e do Conselho de Igualdade Racial. Ele convidou ainda os presentes para uma conferência prevista para o próximo dia 27.

O deputado Ricardo Ayres destacou que o Dia da Consciência Negra é o dia de todos os brasileiros, já que são todos mestiços. Ayres informou que tramita nesta Casa de Leis uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transforma a Unitins em autarquia e pode permitir, no futuro, a discussão de uma política de cotas.

Já a vereadora de Araguaína Silvínia Pires falou de sua condição de mulher, negra, pobre, sindicalista e petista como um desafio na luta por espaços de poder. Para Gleidy Braga, o problema central não é ser negro, mas a desigualdade social. A secretária comentou que as questões raciais e sociais não devem ser separadas.

Também receberam homenagens Janaína Costa, da Articulação Estadual das Mulheres Negras; Manoel Barbosa, da Associação Negra; Cristian Riba, do Coletivo Nacional da Juventude Negra; Ana Lúcia Pereira, da Pastoral Negra; Ana Cláudia Mumbuca, da Coordenação Estadual Quilombola; Amanda Teixeira, do Movimento Estudantil Kizomba; Maria de Jesus Lima, do Grupo Consciência Negra do Tocantins; Maria José Cotrim, do Instituto Crespas; e Stan Vieira, do Movimento Negro Unificado.

Compareceram os deputados Luana Ribeiro (PR), Mauro Carlesse (PTB), Valderez Castelo Branco (PP), Elenil da Penha (PMDB) e Valdemar Júnior (PSD).